segunda-feira, 16 de junho de 2014

Daisu

 Corria pelo milharal procurando os jovens que fugiam das criaturas. Sem demora encontra um corpo jogado no chão, estava sem a cabeça e sem um braço. Continuava seguindo em frente.

 Daisu sabia que não poderia fazer muito, mas deveria tentar, são apenas jovens perdidos,ele pensou.

-...Foder

 Daisu ouve a voz de uma daquelas criaturas, mas aquela era maior. Havia um homem ajoelhado no chão logo a sua frente, ele usava roupas sociais, não parecia ser um viciado. Tinha uma mão esmagada, estava sem um ou dois dedos. O homem estava quase desmaiando. Daisu observa pelos olhos da criatura que ela tomou um tiro em cada olho.

 O Porco se aproximava do homem, Daisu então fala:

-Hey, procure alguém do seu tamanho.

 Daisu coloca a mala no chão, a abre e pega uma faca dela.

-Corajoso, humano. Ou tolo, devo dizer? - O Porco falava como um humano, porém sua voz era gutural e falava de maneira estranha.

 O Porco se aproxima de Daisu, teria o agarrado facilmente com sua enorme mão esquerda se Daisu não tivesse andado para esquerda.

 -Silencioso, mas isso não vai te salvar. - O porco fala enquanto começa a farejar.

 Daisu começa a se mover, enquanto o porco corre em sua direção, Daisu da uma cambalhota para o lado, no meio da cambalhota da um corte atrás do joelho do porco, que sangra, seu sangue era negro com um tom fraco de vermelho.

 O monstro se vira, o corte era profundo que o fazia vacilar um pouco. Ele novamente corre na direção de Daisu, que dessa vez salta colocando o pé direito no joelho esquerdo do monstro, o monstro por sua vez tenta agarrar Daisu no ar, porém Daisu da outro salto conseguindo ser mais rápido que o monstro, encrava a faca no pescoço do porco. O porco vai para trás e começa a colocar a mão no pescoço, ele com todo seu quatro metros de altura cai para trás e provavemente morre.

Daisu olha para o homem com a mão ferida, ele esta quase desmaiando e não acredita no que viu.

 -Não se preocupe, eu sou Japonês. - Daisu faz o homem ri, mesmo naquela situação. - Qual seu nome?

 -Meu nome é Richard. - Richard da uns gemidos. - Ali, casa da...

 Richard aponta para um lado, Daisu entende que havia uma casa por ali. Daisu consegue acordar Richard, o ajuda a levantar e vão em direção a suposta casa. Richard esta concentrado demais na dor para falar algo, Daisu fica atento porém só observa o milharal, algumas arvores distante, e a escuridão que dominava o horizonte junto de uma neblina. O ar estava ficando cada vez mais seco, Daisu estava com sede. Depois de uma longa caminhada lembrou-se da faca, estava com sede e sem armas, o detetive tinha uma pistola, mas Daisu não sabia dizer se ele a esqueceu também. Maldição.

 Daisu e Richard finalmente chegam na casa. Richard então olha para trás.

-Não pode ser. -Havia medo em seu olhar.

 Daisu olha para trás e vê o que não queria. Sete porcos se aproximando, uns maiores que o que ele enfrentou. Daisu então corre para dentro da casa junto de Richard. Porém a porta estava trancada. Daisu arromba a porta e entra. Richard corre para dentro da casa. Daisu fecha a porta e coloca uma mesa para fechar o caminho, como se fosse funcionar. 

 Richard entra na casa, um velho aponta uma escopeta na direção dele, porém abaixa ao ver que era Richard.

-Meu Deus, o que aconteceu com ...

 Um barulho para a conversa, uma criatura havia entrado pelas porta do fundo, Daisu vê um facão em cima de uma mesa a esquerda, ele corre para lá e pega o facão. Ao pegar a faca a casa é dominada por barulhos, outro porco aparece, quebrando a porta da frente da casa, outros quebram paredes, outros barulhos são mais longes ainda.

-Vem. -Daisu se prepara com seu facão.

 Ao olhar pro lado nota outro porco e o velho, porém o velho tinha uma cabeça mais curta dessa vez. Richard havia sumido. Os dois porcos encaram Daisu.

 -Vamos. - Eles respondem.

 Os dois porcos avançam em Daisu, o primeiro da um chute mirando o corpo de Daisu que desvia se jogando pro lado, consegue cortar o dedão do porco com o facão. Outro porco consegue agarrar Daisu pelo braço.

 -Só isso?

 O braço de Daisu esta para ser esmagado assim como a mão de Richard. Um barulho estranho e agudo surge atrás dos porcos. Daisu se vê no lado de fora da casa.

 -Não consegui salvar as meninas. - Um homem loiro esta ao lado de Daisu segurando seu ombro e o soltando.

 -Vamos ver se ainda tem alguém lá dentro, você fica ai - Outro homem da as ordens para Daisu que fica sem entender o que acaba de acontecer.

 Os homens correm para dentro da casa. O homem loiro desaparece antes de entrar.

sábado, 14 de junho de 2014

Roger

 -Sim, diga para o Governador que os adversários dele vão acabar se metendo em suborno. Tire umas fotos dos concorrentes com putas, dando dinheiro pra policia, essas coisas.

 -Sim, Senhor.

 -Outra coisa, verifique se meus irmãos estão estudando, não quero que tirem notas baixas, se não tirarem nota máxima nas próximas provas ficarão sem vídeo game.

 -Sim. - Alexandre anota seus deveres em seu celular - Constantine nos respondeu, disse que iria cuidar daquele problema.

 Roger esta sentado em uma poltrona. Enquanto Alexandre esta de pé usando terno preto e gravata rosa, seus olhos são tão escuros que parecem ser totalmente preto e sua barba era grande, ninguém daria apenas trinta anos para ele. Roger também estava de terno azul e gravata preta, combinavam bem com sua pele escura e seu cavanhaque chamativo. Roger era quase tão alto quando um jogador de basquete, mesmo sendo magro seu rosto dava uma impressão de força.

 -Ótimo. Ele caio naquele papo do "cristal de família" ? - Roger perguntou enquanto cheirava o vinho em sua taça.

 -Sim. Por trinta milhões de Euros e um pouco de poder político ele concordou sem fazer perguntas.

 -Precisamos daquele homem vivo, gastei uma fortuna com os experimentos. - Roger bebe o vinho, era mais doce que imaginava, no final dava um gosto amargo que o fez estranhar a origem do vinho.

 -Mandei a proposta para outros homens também, mas parece que nenhum deles esta tendo sucesso.

 -Criamos um monstro que ninguém consegue capturar, que maldição! - Roger coloca a mão na cabeça, observa Alexandre de pé sem demonstrar reação - Sente-se, Alexandre.

 Alexandre se senta, Roger se aproxima e fala em voz baixa.

 -Veja isso, não conte para ninguém.

 Roger liga a televisão com o controle e acessa um vídeo pela própria televisão. Coloca uma senha e em seguida o vídeo começa;

 Um homem esta sentado, em boa forma e saudavel.

 -Qual motivo de você querer fazer parte desse programa - O entrevistador pergunta.

 -Eu sinto que Demônios me perseguem, sinto... algo muito ruim cada vez mais próximo de todos nós.

 O homem estava inquieto. O entrevistador não conseguia ser visto no vídeo, a imagem apenas focava o entrevistado.

 -Você matou pessoas antes de vir pra cá.

 -NÃO FOI EU! - Ele grita inquieto. - É um demônio, ele domina meu corpo, fica mais forte com cada morte, eu não consigo controla-lo

 -Diga-nos seu nome e seu objetivo.

 -Meu nome é Ivan, eu só quero parar de matar, ser eu, não ser mais dominado...

 -Ivan, você esta bem?

  De repente Ivan para de falar e abaixa a cabeça. Vagarosamente volta a elevar a cabeça com os olhos ainda fechados. Quando abre os olhos no lugar dos castanhos os olhos ficam todos brancos. Ele começa a falar uma língua estranha. Alguns objetos atrás dele começa a levitar. E repentinamente tudo volta ao normal.

 Um silencio domina a sala e Ivan pergunta:

 -Desculpa, o que você disse?

 O vídeo para e outro começa no mesmo momento. Ivan esta em uma sala toda metálica. Colocam um leão enjaulado logo a sua frente.

-Hey, o que estão fazendo? - Ivan falava com medo e ansiedade.

 Ninguém responde. A jaula é aberta, o leão faminto avança em Ivan. Ivan desesperado tenta se proteger com as mãos. O leão para no ar com a cabeça mais curta, ate mesmo o sangue do leão levita. Ivan fica perplexo e o vídeo novamente apaga.

 Em outra cena Ivan esta dormindo em um quarto sem janelas e com uma grossa porta de metal. Ele começa a levitar e se contorcer. Chifres surgem em sua cabeça, sua pele fica vermelha, seus dentes ficam afiados, ele olha na direção da câmera.

 -Eu sou Lucifer, o enviado da luz.

 Os chifres desaparecem, a cor de Ivan volta ao normal e ele volta a dormir.

 E outros vídeos começam a testar o sangue de Ivan, notam que sua capacidade de regeneração é maior que o normal, porém seus testes deram todos normais, nenhuma anomalia genética. Ao entrar em situações de risco Ivan começa as habilidades de Ivan se manifestam. Finalmente em um Raio X notam algo de diferente. Ivan sente dores constantes no braço, quando fizeram um Raio X localizado, observaram que seu osso há um corte pequeno, ao observarem com mais cuidado viram mais coisas.

 Um homem de Jaleco com um crachá escrito Dr. Hudson  fala no vídeo:

 -Notei que o paciente tem uma anomalia em seu úmero esquerdo. Aparentemente pelos exames notamos que algo foi incerido no osso, porém nenhuma cirurgia parece ter sido feita. Talvez seja de nascença. Ignoramos qualquer tipo de doença. É algo do tamanho de um galho pequeno, faremos uma cirurgia para descobrir o que é.

 Logo depois em outra cena, começaram a cirurgia. Ivan estava dormindo por meios de maquinas. Quando o médico se aproximou para abrir o braço de Ivan. Ivan acorda já com chifres e pele vermelha. Ivan segurou o médico pela mão direita. O medico começava a gritar.

 Dr. Hudson gritava enquanto seus pés pegavam fogo, seus olhos começavam a sangrar. Ivan se levanta. No final do vídeo só conseguem ver as coisas próximas de Ivan sendo queimadas. O vídeo então termina.

 Alexandre fica de boca aberta, sem reação. Roger termina de beber sua taça de vinho.

 -Senhor, o que ele é?

 -Ele é uma raridade, acredito que Ivan tenha a chave para tudo em seu braço. - Roger enche novamente a taça de vinho. - Ivan parece apenas não controlar seus poderes por ter uma mente fraca. Eu quero aquilo pra mim.

 Alexandre não conseguia responder.

 -Aquele poder é magnifico, não acha, Alexandre?

 -Senhor, aquilo é amedrontador, não gostaria de me aproximar daquilo.

 Aline, a secretaria de Roger entra na sala.

 -Senhor, o Senador Weyne esta na outra sala o aguardando.

 -Peça para esperar, não demoro.

 Aline sai da sala.

 -Tenho que ajudar esses políticos inúteis. Alexandre, mantenha isso em sigilo. Quero que cuide para que esse homem venha ate a mim, quero-o vivo, ou pelo menos quero seu braço direito inteiro. Preciso da chave para aquele poder.

 -Sim, senhor.

 Alexandre sai da sala e vai para saída, enquanto Roger vai para outro comodo.

 -Senhor Weyne, quanto temp... - Roger para e olha para o velho a sua frente.

 -Você não é Weyne, se venho tentar me matar essa é uma má ideia.

 -Senhor Roger, sou apenas um velho, que mal eu poderia fazer para um homem tão astuto.

 O velho tinha olhos azuis com tons verdes, ambos claros. Cabelos lisos brancos, sem um pelo em sua barba. Usava uma bengala com estranhas escritas.

 -O senhor é um homem que deseja poder. -O velho sorri - Quer ser muito poderoso.

 -Eu já sou muito poderoso.

 -Não tanto poderoso quanto Ivan Nikolai - O velho caminha pela sala lentamente, observando Roger.

 -Quem é você? - Roger estava confuso e curioso, tentava demonstrar astucia mas só demonstra confusão.

 -Já me deram muitos nomes ao decorrer do ano, mas o que eu mais me identifiquei - O velho levanta a bengala e a solta, ela fica flutuando no ar - assim, lembrei. Meu nome é Artesão.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Isabella

 -Você quase atropela aquele motoqueiro - Isabella

 Daisu dirigi velozmente, quase atropela algumas pessoas pelo caminho. Depois de alguns minutos já estão saindo de New York.

 -Quase atropelar não é atropelar. Eu era piloto, relaxa, senhorita.

  Realmente, Daisu é um piloto e tanto, não ultrapassava a velocidade máxima, mas conseguia ser mais rápido que todos os outros carros. Cada curva que Daisu dava era rápido. O tempo todo ele trocava as marchas, para Daisu os movimentos eram naturais é tranquilos.

Isabella então pega no sono. Acaba sonhando com uma mulher nas casas dos setenta, a mulher se aproximava de Isabella, todo lugar era escuro, havia algumas manchas vermelhas ao longe.

 -Isabella. - A mulher falava vagarosamente como se fosse uma brisa passando por ela. - Seu destino, você é...

 Isabella acorda. Daisu estava parando o carro, era noite. Isabella olha o relógio, eram 20:47. O céu estava sem lua, muitas nuvens, qualquer momento poderia chover.

 -Chegamos, quer que eu tire fotos, Senhorita?

 -Não, Daisu. - Isabella retoca a maquiagem, coloca suas botas de couro, luvas brancas e um casaco. O frio vai aumentar com o decorrer da hora. - Guarde a bateria para quando aparecer algo.

 Eles entram na fazenda. Notam logo a frente um carro preto. Isabella olha para o carro, as janelas eram escuras, então ela se aproxima. Nota que não há ninguém no carro. Dentro havia um rádio.

 -Deve ser de algum policial, talvez um detetive - Isabella comenta. - deve ter algo aqui, to empolgada.

 Isabella sorri e saltita feliz para dentro da fazenda. Daisu a segue logo em seguida com a mochila de Isabella e com seus próprios equipamentos na mala.

 Depois de alguns minutos, eles notam algumas pessoas escondidas pelo milharal. Daisu pega sua câmera e tira algumas fotos, obviamente sem flash. Chegando mais perto nota que são jovens transando, usando drogas, brigando, entre outras coisas. Daisu continua tirando fotos. Isabella, por sua, vez nota que são apenas adolescentes, acharam um lugar longe e tranquilo para suas orgias.

 Não vê nenhuma arma com eles, apenas água, maconha, comida, cigarros, bebidas, algumas cocaínas, nada que desse uma noticia grande.

 Isabella se aproxima deles, Daisu a segue um pouco mais distante. Isabella conversa com um jovem todo encasacado, o capuz cobre parte do rosto, a outra parte que estava coberta era toda pálida, deve usar drogas constantemente, pensou Isabella.

 -Hey garotão, soube de alguns assassinatos por ai?

 Ele olha para Isabella calmamente, avaliando, testando. Pensando se responde ou não.

 -Sim, dizem que tem gente sumindo, desaparecendo, morrendo.

 -Você não viu nada sobre?

 -Você é policial?

 -Não, sou reporte, apenas. Toma aqui. - Isabella pega 100 dólares do bolso, e coloca no bolso dele. -Vamos lá, abre o jogo pra mim.

 Ele então olha para Isabella e responde;

 -Alguns colegas dessas pessoas sumiram por essa fazenda, outros dizem só que ficaram doidões e foram pra outro lugar. Há quem diga que já viu monstros por aqui e uma fábrica misteriosa.

 -Fábrica? onde?

 Gritos se misturam no ar. Isabella não acredita no que vê. Não era animal, nem parecia ser humano. Eram cinco ou seis. Pareciam ser porcos usando armadura medieval.

 -O que?

 O adolescente que Isabella estava conversando começa a correr, Isabella olha para trás, vê Daisu.

-TIRE FOTOS!

 Daisu acorda pra realidade e começa a tirar fotos, dava pra ver o desespero em suas mãos tremendo.

 Os monstros batiam na cabeça de algumas meninas, algumas estouravam, outras ficavam no lugar. Eles querem levar pessoas vivas se for possível, o que diabos é isso?.

 -Vamos Daisu.

 Daisu e Isabella começam a correr, alguns jovens correm aos seus lados também. Daisu corria mais que Isabella, mesmo carregando peso. Isabella olhou para trás viu mais de perto o monstro. Era apenas um atrás deles, tinha três metros é meio, seu rosto era idêntico ao de um porco, porém havia alguns chifres pequenos na cabeça, suas pernas pareciam ser de outro tipo de animal, uma mistura de canguru com leopardo. Os dentes do Porco eram grandes e afiados, e ele parecia estar falando algo em outra linguá enquanto corria furiosamente na direção deles.

 Daisu e Isabella vão para um lado e os outros dois jovens para outro lado. O Porco segue os dois jovens. Alguns minutos depois Daisu para de correr.

-Por que parou?. -Isabella estava eufórica

-Não posso deixar eles serem pegos, são apenas jovens.

 Daisu parecia ter vinte anos, porém falava de uma maneira autoritária, talvez tivesse irmãos mais novos. Daisu joga a mochila de Isabella no chão. Vai correndo na direção que os jovens poderiam estar. Isabella grita uma maldição, pega a mochila e segue Daisu. No decorrer da corrida, nota um jovem jogado no chão sem as pernas e sem parte da cabeça.

 Continuando pelo longo milharal, Isabella se perde de Daisu e nota uma casa.

 -SOCORRO!

 Isabella grita por socorro e logo um velho aparece na porta.

- O que esta fazendo aqui na minha propriedade, moça? - Ele segura uma escopeta antiga, mirando para Isabella - Vo-você ta bem?

 -Por favor me deixe entrar.

 Isabella então entra, é convidada para se sentar. Uma outra jovem que parecia ter a mesma idade de Isabella a oferece água.

 -Você esta bem? qual seu nome?

 -Sou Isabella, sou repórter. - Isabella bebe a água velozmente, se engasga e bebe mais. - E você, como se chama?

-Me chamo Luiza.

 Luiza é linda, cabelos ruivos, olhos verdes claros, seios atraentes, magra e quadris largos. Poderia ser modelo se quisesse. O velho homem aparece bebendo uma xícara de café.

 -E eu me chamo Joseph, tu menina, apareceu aqui, tá com detetive?

 -Não senhor, eu sou repórter, vim encontra-lo também, ele esta aqui?

 -Não, ele saiu - Respondeu Luiza

 -Mas aconteceu algo lá fora? - Perguntou Joseph

 -Senhor Joseph, sua fazenda, há criaturas e elas atacaram...

 A porta abre brutalmente.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Victor

 Uma jovem universitária voltava dos estudos intensivos. Já era noite, aquela hora ela estaria em casa se não tivesse assuntos para resolver em New York. Usava óculos que demonstrava inteligencia, uma calça jeans apertada, um grande casaco comprado recentemente.

 Era uma noite fria e movimentada pelas ruas. Victor estava caminhando em direção oposta e viu a jovem universitária.

 -Opa, desculpa.

 Victor esbarra na moça, segura seus ombros.

-Tudo bem - A Jovem sorri - também não olhei pra onde andava, descul...

 Victor continuava seu caminho. Virava uma esquina e acelerava os passos.

 -Sorte grande.

 Tira do bolso um celular, uma carteira e uma aliança de ouro. No momento em que esbarrou na menina conseguiu tirar tudo isso de sua bolsa, e ate mesmo a aliança do dedo da jovem.

 -Ainda bem que não estava apertado no dedo - Victor acelera mais o passo e pega sua moto, ou a moto de outra pessoa, quem se importa?.

 Tirou todo dinheiro da carteira e jogou o resto no chão. Ao transitar com a moto passou facilmente pelo transito, quase foi atropelado por um carro, viu que o motorista era um asiático apressado. Depois de alguns contra tempos, chegou em um galpão abandonado.

 Desligou a moto, colocou a chave no bolso do casaco marrom, tirou as luvas pretas e entrou no galpão sem a moto. Bateu na porta e depois olhou para o lado onde havia uma câmera. Depois levantou as mãos, logo foi puxado para dentro. Foi revistado brutalmente por três homens, os três eram negros e carecas, poderiam parecer irmãos se um deles não tivesse dois metros de altura e queixo pontudo, enquanto os outros eram de tamanho normal, porém muito mais musculosos.

 Dentro do galpão havia apenas um longo corredor com uma escada no final, o lugar era pouco iluminado, mas dava pra enxergar outros homens no escuro, televisões desligadas, alguns vídeo games e ate mesmo armas jogadas pelos cantos do chão.

 -Pode descer - O menor entre os seguranças falou

 Victor sem responder apenas seguiu enfrente, porém não desceu a escada. Apertou um botão na parede, logo se abriu um elevador a sua frente. Nunca desça as escadas, Victor pensou. No elevador havia apenas dois botões "T e S". Victor apertou T e esperou. Depois de um tempo se encontrou em uma feira gigante. Os mais leigos chamavam aquilo de Mercado Negro. Mas para homens como Victor era apenas O Mercado.

 -Salve, Victor - Um homem se aproximava de Victor - aquele roubo foi magnifico, conseguiu quitar sua divida e ainda ganhou uma grana, pena que seu amiguinho não tenha conseguido quitar a divida dele, primeiro foi a perna, depois o braço. Sabe como é, tive que mostrar pras pessoas o que acontece quando me pedem um favor e não pagam por ele.

 Constantino, é um homem extremamente perigoso. Controla todo trafico de New York, tem influencia na policia e na politica. Ele é mais que um Agiota. Constantino apenas faz "empréstimos" ele faz qualquer favor, como um verdadeiro mafioso. Ele mede o valor e pede algo em troca, o problema é, quando Constantino pede algo, e você não paga... Você vai preferir estar morto do que ser pego por ele.

 -Senhor Constantino eu vim no seu mercado vender algumas coisas que roubei.

 -Como sempre, você tem talento garoto, cuidado pra não dormir em uma vala por ai.

 Vender objetos roubados no Mercado era melhor que vender em qualquer outra lugar. A chance de ser pego vendendo algo pelas ruas era muito grande, mas ali, eram quase nulas.

 Victor se aproximou de um leilão. Em um lado estavam vendendo meninas do oriente, no outro lado armas biológicas e ate mesmo cães de briga. Tudo de ilegal era vendido e comprado naquele lugar. Victor foi ate o canto esquerdo do Mercado e falou com um homem que estava na escuridão. Ele usava um sobretudo negro, seu rosto não podia ser visto. Aquele era o homem que Victor vendia os objetos roubados.

 -Mostre! - o homem falava em uma voz gutural

 Victor mostrava o anel de ouro, um diamante, alguns cordões de ouro, outros de prata, e um perfume em um frasco de vidro resistente.

 O homem colocava cada item em uma mesa branca, pegou alguns objetos e começou a avaliar cada objeto.

 -Aqui - O homem entregava o dinheiro em um malote para Victor.

 O dinheiro era bom, inegociável e aquele homem não tinha paciência para barganhar. O ultimo homem que tentou não se saiu muito bem. Era um Mercado perigoso para espertinhos.

 -A Morte te chama

 Victor sente um frio na espinha, olha para trás e nota o homem encapuzado falando.

-Seu destino esta cada vez mais próximo, você é...

 O homem então se ajoelha e começa a vomitar. Deve ser algum tipo de droga.

 Victor estava saindo do Mercado quando viu Constantino acenando, estava o chamando. Victor surpreso foi ate Constantino.

 -Você gosta de dinheiro, mas essas esmolas não duram muito, certo? você é jovem, quer dinheiro.

 -O que o Senhor quer de mim - Victor reparou na insolência - de-desculpe

 -Não se preocupe, eu não mordo - Constantino reflete um pouco - espera, mordo sim - alguns risos dele e dos capangas  - geralmente é o contrario. Você tem talento, preciso exatamente dos seus talentos.

 Constantino pega um mapa.

 -Um doente mental fugiu do hospício a uns anos - Constantino começa a andar, levando Victor para uma sala em uma abertura secreta.

 Victor observa ao entrar na sala que eles não estavam no subsolo, imagina que tipo de elevador seja aquele, ou como construíram o Mercado. Pelas janelas da sala conseguia ver a escuridão do lado de fora, e uma parede logo ao longe. Constantino coloca o mapa na parede. Apenas um dos seus homens fica com ele, os outros fica do lado de fora da porta.

 O homem que ficou com Constantino era seu braço direito, Jonny Feio. O nome é apenas uma sátira, já que Jonny era muito bonito. Cabelos castanhos, olhos azuis claros, queixo quadro, barba por fazer e mestre de Judo. Constantino adorava ver Jonny lutando, o desespero dos adversa rios era excitante para ele.

 Constantino era moreno, baixo, gordo, cabelos sempre curtos e sempre com a barba feita. Parecia ser um homem comum e inofensivo, mas o próprio Constantino era um matador. Muito da sua historia é um mistério

 -Esse doente mental matou, roubou, estuprou e esta à solta... - Constantino da uma pausa -... eu poderia mata-lo, mandar alguns homens lá, e acabar com isso. Mas um amigo meu disse que quer esse homem vivo e que precisa urgentemente de um cristal que ele roubou. Mandei alguns homens pra fazer isso, apenas neutralizar. Mas eu não sabia do perigo. Todos os homens que mandamos foram dados como desaparecidos. Atualmente ele foi encontrado indo para uma fazenda, não sabemos se ele ainda estar por lá.

 -Onde eu entro nessa historia?

 -Você é bom em furtar e em roubar. Aquele seu ultimo roubou foi demonstração disso. Quero esse talento para confirmar a localização desse homem, roubar o crist...

-E se eu também trouxe-lo vivo? - Victor o interrompe

 Constantino fica sem palavras e depois sorri.

 -Consiga confirmar a localização, te dou vinte mil. Consiga rouba-lo ganhara três milhões.

 Enquanto ouvia, Victor lia rapidamente sobre o homem.

 Ivan Nikolai, 43 anos. Insanidade mental, compulsivo por matar pessoas e vê-las sofrer lentamente. Extremamente agressivo, tendencia suicidas constantes. Fez 527 vítimas registradas...

 -Se trouxe-lo vivo para mim, te deverei um favor.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Isabella

 -E onde diabos eu encontraria um cameraman como Gustavo?

 Isabella estava furiosa, seus cabelos ruivos estavam mais vermelhos que o costume, afinal, acabara de perder seu melhor e único parceiro. Isabella sempre foi conhecida por conseguir as melhores reportagens nos lugares mais e menos exoticos conhecidos, ela fareja o perigo e corre atrás dele. Tais talentos são perigosos demais. Dois cameramans, três fotógrafos e alguns estagiários, ou se feriram ou morreram por trabalhar com Isabella Burlife.

 -Maldição, ele não me falou nada - Dizia Isabella ao celular, conversando com seu chefe Will B, mas conhecido como B - você precisa me ajudar B, soube de um assassino em série, fica em uma fazenda um pouco distante, e...

 -Já sei, já sei - B respondia rapidamente, tão rapidamente que era difícil acompanhar, mas Isabella já sabia que B odiava pessoas que perguntam quando não entendem - tem um coreano que arranjei, sabe como é, esse povo aguenta tudo, faz tudo, são tudo kamikaze

 -Mas os kamikazes não eram japoneses?

-Que diferença faz? tudo tem olho puxado e pés pequenos, enfim, dei o endereço do seu apartamento pra ele, ele vai estar lá as 14:00

-As 14:00 horas? mas já são 17:00

-Bom, melhor se apressar

 Isabella rapidamente desliga o celular e corre na frente de um táxi, por pouco não é atropelada, da um sinal pra ele, e logo entra no carro. O táxi cheirava a perfume barato e o banco estava cheio de marcas. Isabella tinha talento pra saber o que aconteceu nos lugares, sua percepção para o mundo era totalmente acima da média. Com seu talento ela sabia dizer que o taxista esteve bêbado no dia anterior, pela marca no dedo anelar soube dizer que é casado, porém teve uma briga com a esposa por ter bebido e foi expulso de casa. Pela roupa amarrotada e pelo cheiro do carro, acabou ficando com alguma prostituta barata e esta desde então no carro.

 New York é um lugar engraçado. O taxista perguntava para onde gostaria de ir. Ela responde. Alguns minutos depois alguém liga para o homem.

-Alo. Querida! não, não, a culpa foi minha. Tudo bem, vamos conversar hoje. Você esta bem?. Sim, sim, estou ótimo. Estou no trabalho. Te vejo de noite.

 A repórter fica feliz por ter acertado o palpite. Ao chegar na frente do seu prédio ela paga o taxista um pouco a mais, da uma pausa antes de sair do carro.

-Não esqueça de colocar a aliança novamente, e esse cheiro, ela vai reparar, tome um banho e compre roubas novas, diga que fez especialmente pra ela.

 Ela então sai do carro. O taxista fica sem reação e reflete algumas horas.

 Isabella chega na porta do apartamento onde olha um Japonês em sua porta. Preferia que fosse Coreano, são melhores no trabalho, pensou Isabella

 -Ola, desculpe a demora - Mas ele esperou esse tempo todo, talvez os japoneses trabalhem melhor - sou Isabella, sua nova chefe.

-Prazer senhorita, me chamo Yuri Daisuke, mas pode me chamar de Daisu se for de seu conforto.

 O homem era educado, não era tão baixo pra um japonês, aparentava ter braços fortes, cabelos lisos e comportados para trás, estava usando terno e gravata, segurava uma mala prata, mas o que realmente chamava atenção era seu tênis esportivo.

-Tênis bonito

-Obrigado

-Vamos, entre, você deve estar cansado - Isabella abre a porta do apartamento, estava usando um vestido longo e apertado, um salto alto que machucava seus pés em cada andar e um sutiã que levantava demais seus seios - Fique a vontade, tem um banheiro naquela porta - Isabella apontava - tem fome? cede?

-Obrigado, senhorita, estou bem.

 Isabella, se troca rapidamente no banheiro pra uma roupa mais confortável. Vestia uma bermuda azul, uma camisa preta com nome de alguma banda de rock. Não teve tempo para tirar maquiagem, mas estava bem mais a vontade.

-Você... então é Japonês

-Bem reparado, estou apenas dois anos aqui no seu pais, vim para fotografar, acabei recebendo proposta do Senhor B.

-Já ouviu falar de mim, suponho - Isabella sentava ao lado de Daisu com uma distancia profissional.

-Sim, preciso do dinheiro, risco não importar.

-Ótimo, então acho melhor você reconsiderar e comer algo. Aproposito, você precisa pegar sua câmera.

-Já tenho aqui.

 Daisu abre a mala, e habilmente monta a câmera. Limpa, bonita pros olhos, tecnologia de ponta, lentes de longa distancia, equipamentos que Isabella nunca viu durante seus quatro anos como profissional.

 -Então, acho que é melhor comer algo e se preparar temos uma viagem de quatros horas pela frente - Dizia Isabella não escondendo a surpresa ao ver a câmera

 -Para onde vamos?

 -Uma fazenda, teve casos de assassinatos ou desaparecimento por lá. Sinto que tem algo, um estouro. Talvez fiquemos alguns dias lá, pegue roupa, comida, água, espero que saiba dirigir.

 -Sim, eu sei. Fui piloto no Japão.

 -Perfeito, te encontro aqui em trinta minutos, não se atrase.

 Vinte minutos depois Daisu volta, Isabella já havia feito sua mochila.

-Demorou, na próxima venha mais rápido. Segura minha mochila

 Uma mochila pesada. Isabella e Daisu vão ate o estacionamento. O carro de Daisu era simples, ao entrar tinha cheiro de novo, porém o tapete do carro entregava o tempo cronológico, Daisu parecia ser organizado com tudo, Isabella gostava daquilo.

 Durante a viagem, Daisu reparou que havia uma pergunta a ser feita.

-E se tiver um assassino e ele nos pegar?

-Se isso acontecer - Isabella encostava no canto do carro - a gente morre.












sexta-feira, 30 de maio de 2014

Richard

 Uma longa viagem ate uma fazenda localizada em lugar nenhum, Richard ria em seu pensamento. A viagem era longa, seu carro estava quase sem gasolina e não havia sinal de posto de gasolina ou ate mesmo sinal de celular.

 -Maldição, onde diabos é isso? - Richard falava para si mesmo.

 Algumas horas se foram e o carro parou, por sorte Richard avistou a entrada de uma fazenda, finalmente. Empurrou o carro ate o portão de madeira da fazenda. Pegou um papel de dentro do bolso, comparou com o endereço descrito no portão.

 -Poderiam escrever na porta "bem vindos ao inferno"

 Richard arrumava seu terno e grava, colocava sua pistola no bolso e adentrava a fazenda. Seus olhos verdes brilhavam assim como o sol naquela tarde, barba feita e cabelos loiros, sempre curtos. Seu queixo quadrado dava uma falsa impressão de sagacidade, mas seu rosto em si demonstrava sono constante.

 Andava pela fazenda. Depois de alguns minutos caminhando reto, observou uma casa grande, devia ter três andares. Era uma casa velha, janelas quebradas logo na entrada, um pouco de coco de cavalo aqui e acola, havia algumas crianças brincando pelas redondezas. Ao se aproximar as crianças entram na casa correndo.

 Ao chegar alguns passos da porta, viu que tinha quatro degraus grandes para entrada da porta, uma gota de sangue seco no chão chamou sua atenção. Quando olhou para frente viu um velho, barba branca que descia ate o peito, um homem pequeno, porém demonstrava virilidade segurando sua escopeta.

-Quem tu é, rapaz? - O velho falava tranquilamente enquanto mirava no peito de Richard.

 -Falaram que o senhor faria isso quando eu chegasse, Joseph, certo? - Richard, já precavido, mostrava os papeis que segurava o tempo todo para Joseph, também mostrava seus documentos - sou o Detetive Richard, o senhor havia ligado falando de invasores na sua propriedade.

  Joseph abaixa a arma colocando acima do interior da porta e fala:

-Só estranhei, não chamarem a policia local,  achava eu que o xerife iria resolver tudo

 Pelo sotaque e erros na linguagem, o homem não deve ter tido estudo, ou não era americano, o detetive então responde:

-O xerife desapareceu, pelos nossos registros, muitas pessoas andam sumindo por essas areas, mas não tem cameras, nem cidades próximas, então me mandaram para investigar por aqui. O xerife nos mandou uns registros antes de desaparecer, ele dizia que havia a construção de uma fabrica estranha em sua propriedade. O que o senhor sabe sobre isso? quanto tempo vive aqui?

-Eu to aqui há três anos, eu vivia no Mexico antes, mas meu filho morreu, e a mulher dele também, eu tinha deixado a fazenda pra eles, vivia só dos bois e das vacas, meu filho sempre me dava dinheiro pelo banco. Sou velho, como o senhor ta assistindo - O velho dava uma risada mostrando os poucos dentes que ainda tem - claro, antes desses três anos eu vivi uma vida por essas bancas. Não sei nada de fabrica não, senhor. Eu vejo uns vandalos por aqui, dou chumbo pra eles sair da minhas propriedades e eles somem como o vento.

 O detetive anota alguns detalhes que o velho fala e logo é convidado a entrar, investiga alguns detalhes dentro da casa. Não observa nada de errado em todos os três andares. Erick era o filho de Joseph, e a mulher de Erick se chamava Janna, no quarto deles também não havia nada de estranho, ate mesmo no diario de Erick tudo parecia normal. Porém ele notou algo que chamou sua atenção também, em um trecho que Erick falava:

 "Hoje é mais um dia comum na fazenda, minha filha vai fazer quatro aninhos... eu estou feliz, sim, muito. Mas tenho tido estranhos sentimentos, parece que a algo de macabro nessa fazenda, não sei dizer o que é..."

 E depois Erick só escrevia sobre seus tediosos dias.

 Richard então olhou a hora, já eram 22:00.

-Bom, realmente, a possibilidade desse Senhor ter feito algo é pequena - falava com si mesmo - Há quatro crianças na casa, a mais velha tem dezoito. Ela pode ter feito algo, não sei, preciso interroga-la também e as outras crianças, sim, isso.

 Depois de falar consigo mesmo, anotou algumas coisas em seu caderno. Joseph lhe ofereceu um quarto, e comida. As 22:30 Richard se juntou a família para o jantar. Deixou seu caderno em uma mesa pequena e sentou em uma cadeira de madeira junto dos outros.

 -Senhor Richard é detetive crianças. Detive, esses são meus netos. A menorzinha é a Julie, o rapaz forte é Clark, o outro fortão é o Antonny, mas chamamos ele de Tonny, e a...

-Luiza - Falava em tom de nervosismo - não sou mais criança, vô, posso responder por mim mesma.

 Luiza era bonita, longos cabelos ruivos, olhos verdes e um corpo avantajado. Richard não se atrevia a olha-la demais. Luiza então se levanta e vai para algum lugar.

-Não se preocupa, ela volta. Meninas são difíceis.

 Algumas rizadas são dadas, e eles começam a comer. Luiza volta com o caderno de Richard na mão.

-Luiza, não pegue as coisas dos outros, que feio - Joseph repreendia a neta

-Não se preocupe, o caderno não é segredo, eu anoto pontos cruciais para lembrar com mais facilidade.

-Isso é japonês? - Perguntava Luiza fazendo uma careta

-Koreano com Japonês - Respondia Richard - não posso dar o luxo de deixar que os outros saibam com facilidade o que eu penso, alguns detalhes são melhores apenas pra mim.

 Richard era detetive especialista em linguas, toda sua vida estudou idiomas, ate alguns antigos e considerados perdidos.

-Incrivel, poderia me ensinar um pouco sobre essas... Linguas - Luiza falava lentamente olhando para Richard fixamente

 Logo Joseph faz um barulho com a garganta, Richard então acorda de seu sonho momentaneo. Essa menina é problema.

 Depois do jantar, Richard foi para o lado de fora da fazenda, viu novamente o sangue seco na escada. Dava uma volta pela redondeza da casa com uma lanterna na mão. De repente viu uma sombra passando pela plantação de milho. Correu na mesma direção.

-Parado ai!

 Depois de uma corrida conseguiu alcançar um jovem, tinha uns dezesseis anos, o rapaz estava com um rosto apavorado.

-ELE VAI ME MATAR!

-Quem vai te matar?

 O jovem cheirava a álcool. Um dos vagabundos que o velho falava. Richard estava em cima do rapaz, quando sentiu algo vindo em sua direção. Rapidamente saiu de cima do jovem.

-O que é isso?

 O jovem corria desesperadamente quando teve chance, Richard trocou sua atenção para o outro estranho correndo em sua direção. Rapidamente sacou sua pistola.

-Parado ai.

 Ele não parava, era rapido, feroz, não era humano. Logo Richard atirava, gastou toda munição atirando em linha reta e o barulho parou. Seja o que for que o seguia, caiu.

 Richard vagarosamente andava na direção da criatura abatida, carregando a pistola, suas mãos tremiam e seu coração batia rápido demais. Quando chegou mais perto viu um tipo de porco gigante, não havia sangue em seu corpo, mas estava caído. Usava uma roupa preta, parecia ser um tipo de armadura medieval. Na parte inferior do corpo usava um aço temperado com couro. As pernas eram grandes, se assemelhava com de um canguru, porém maior. Braços musculosos e grandes. No peito havia um protetor de couro. O tamanho da criatura era quatro metros ou mais.

 Richard então apontava a arma novamente para ter certeza que a criatura morreria, porém sua mão foi velozmente esmagada, quando deu conta por si mesmo a criatura estava de olhos aberto.

 -Comida! - A criatura gritava - sexo!

 Richard saca outra pistola e atira nos olhos da criatura que o solta e começa a cambalear sem rumo, a criatura não morreu, porém estava cega, ela xingava e falava uma lingua estranha, porém Richard conhecia. Ate conseguiria traduzir se sua mão não tivesse esmagada e sua dor fosse agonizante.

 Richard estava no chão, mesmo com a dor ele não gritava. A criatura para de cambalear e começa a farejar. Richard nunca sentiu tanto medo e descrença. O monstro falava:

 -Antes de te matar, vou te foder.

 Ele estava farejando Richard.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Prologo (sub)

 -Seres tão fracos, sujos, pequenos. Sou obrigado a ser um taciturno nessa imensidão, sou um diluvio de vazio, eu sou a Morte.

 Uma caveira com uma foice na mão anda em direção ao nada como se estivesse falando com alguém.

 -Me tornei o que me tornei, apenas porquê tive que me tornar. Esse futuro tão incerto. onde estou afinal? quem eu era antes disso tudo? eu era algo?

 A caveira da um salto, surgindo no exterior de um castelo. Havia chuva, porém não havia água, a imagem de tudo era preto e branco e distorcido. Repentinamente a caveira vai adquirindo forma e parece ser um homem velho, com uma bengala na mão, respectivamente, a chuva para e as coisas ganham cores. Céu. Árvores. Tudo.

 Parece um entardecer comum. O velho se aproxima do castelo, suas vestes eram iguais de quando tinha uma forma menos vivida, uma enorme capa negra com um simbolo de uma cruz no peito. Ao se aproximar do castelo um homem de armadura olha de relance para o velho e logo em seguida fala em voz alta;

 -Abram os portões para o Sacerdote!

 Então gigantes portões de metal abriram e o velho entrou. Subindo uma longa escada ate o topo, chegava aos aposentos do Rei, um homem amargo e inquieto chamado Richard, O primeiro do seu nome.

-Sacerdote - o Rei cumprimenta o velho, pegando em suas mãos e beijando-as - sua benção. 

-Que os Deuses te abençoe, jovem Rei. Creio que estamos em tempos difíceis, esse inverno foi duro com todos nós - O velho colocava as duas mãos enluvadas no peito de Richard - precisamos ser fleumáticos nessa época tão difícil. É impossível manter-se sempre pueril, mas os Deuses estão sempre nos observando, nos testando e esperando que depois de tudo aguentemos e assim... Possamos ser recompensados.

 -Sacerdote, é sempre bom ouvir suas palavras de consolo. Amanha teremos guerra, preciso de todo o poder divino para vencer.

 -Você já o tem, em nome de todos os Deuses do mar e da terra, do fogo e da água e de todos os espíritos, Theikós, Thánatos.

-Theikós, Thánatos- Responde o Rei.

 Algum tempo passou, alguns dias se foram. O velho homem se encontrava parado no mesmo lugar desde então. Sua bengala vira uma foice, que o velho bate com força no chão. Uma estranha chuva cai  no lado de fora do castelo e todas as coisas perdem a cor e ao seu lado tem um homem que aparenta ser meia vida mais novo.

 O homem usava vestimentas idênticas a do velho, em suas costas havia um arco e flecha.

 -Ainda passando um tempo com esses insetos? - dizia o homem - nunca entenderei porquê perder tempo com essa escoria.

 -Somos parecidos com os humanos, Aemon - o velho respondia com calma - não esqueça nossa origem

-Não esqueço, só não somos mais o que já fomos - Aemon materializa um flecha em sua mão esquerda - se bem que as armas deles são interessantes, eu matei um Carnival vindo pra cá, achei estranho, eles estão parando de aparecer.

-Vamos aproveitar a paz, mas acredito que tenha algo de muito errado - o velho começava a andar. O castelo desaparecia e aparentemente o lugar ficava mais escuro, apenas Aemon continuava no lugar - veja bem, estamos aqui. Não há criaturas querendo se alimentar de nossa aura, não há Carnivais. Sinto presença de Anjos e Demônios, mas não sinto a presença de mais nada.

 O silencio dominava o lugar.

 -Seja o que for, se algo aparecer, precisamos apenas matar, somos cinco - Aemon sorria tranquilamente enquanto falava e andava pelo abismo negro do lugar onde estavam - somos Deuses da Morte, você se preocupa demais, Caim.

Caim bate com a foice no chão e a escuridão começa ganhar cores vermelhas, Aemon parece surpreso.

-O que diabos aconteceu com esse plano? - Aemon perguntava um tanto eufórico

-Isso já esta acontecendo a algum tempo, ele deve estar agindo vagarosamente, precisamos ter cautela.